A importância de uma boa coleta

A importância de uma boa coleta

Parte integrante do processo analítico, a amostragem é uma das etapas mais importantes dentro do fluxograma de processo de análise de uma amostra.

Essa atividade deve ser realizada por profissionais adequados, devidamente treinados para realizar a atividade, visando não interferir nos resultados obtidos.

De acordo com a NIT-Dicla-57_03 - Amostragem, um documento orientativo do INMETRO aos laboratórios acreditados, a amostragem “Deve ser adequada à finalidade dos ensaios, de forma a atender aos requisitos do cliente, inclusive os de natureza legal, e embasar-se em metodologias, nacional e internacionalmente reconhecidas e/ou Portarias e Regulamentos específicos.".

São exemplos de especificações de natureza legal as Resoluções:

  • CONAMA 357, para águas superficiais (doces, salinas e salobras);

  • CONAMA 357, 397 e 430, para efluentes (esgoto sanitário, efluentes industriais por tipo de segmento);
  • CONAMA 454, para sedimentos;
  • CONAMA 396 e 420, para águas subterrâneas;
  • Portaria MS 2914:2011 Ministério da Saúde, para águas de consumo humano; 
  • ANVISA RDC 154:2004 (alterada pela ANVISA RDC 11:2014), para água de hemodiálise; considerando-se a sua aplicabilidade.
  • CONAMA 382 e 436 para fontes fixa de emissões atmosféricas;
  • CONAMA 03/90 para qualidade do ar exterior;
  • ANVISA RE Nº 9:2003 para qualidade do Ar Interior em Ambientes Climatizados Artificialmente de Uso Público e Coletivo.

A amostragem inclui um planejamento, apresentado sob a forma de plano de amostragem e procedimento específicos para cada matriz, local e situação, de acordo com o propósito do ensaio estabelecidos de comum acordo entre todas as partes interessadas, para orientar a retirada de amostras, o manuseio e o ensaio.

As principais etapas do planejamento envolvem:

  1. Análise crítica do pedido do cliente, incluindo a metodologia analítica a ser utilizada nas instalações do cliente e no laboratório;

  2. Aceitação da proposta;

  3. Mobilização;

  4. Retirada da amostra;

  5. Manuseio;

  6. Transporte;

  7. Recepção;

  8. Triagem das amostras;

  9. Avaliação dos controles de qualidade dos ensaios realizados nas instalações do cliente;

  10. Armazenamento.

Os ensaios nas instalações do cliente são, no mínimo, os solicitados pela legislação, normas ou especificações de clientes como, por exemplo, os ensaios solicitados pela ABNT NBR 15847 (pH, temperatura, condutividade, oxigênio dissolvido (OD), potencial de oxirredução (ORP), fase livre e nível de água).

Devido a sua contribuição para a incerteza de medição do resultado do ensaio, o manuseio das amostras requer cuidados especiais e deve ser orientado por procedimentos específicos para cada matriz, local de amostragem e situação.

Trecho retirado da NIT-Dicla-57_03 – Amostragem - CRITÉRIOS PARA ACREDITAÇÃO DA AMOSTRAGEM PARA ENSAIOS DE ÁGUAS E MATRIZES AMBIENTAIS - NORMA N0 NIT DICLA 057 – INMETRO, MARÇO DE 2018.
 

Portanto, o objetivo da amostragem é coletar uma porção de material pequena o suficiente em volume, para ser transportado convenientemente e ainda grande o suficiente para os ensaios analíticos, enquanto ainda continuam precisamente representando o material amostrado.

O processo de amostragem tem importância fundamental quando se trata de amostras ambientais, principalmente em função de certas características das amostras e dos locais de amostragem.

Um cuidado especial deve ser tomado para assegurar que não haja mudanças na composição da amostra durante coleta, transporte e estocagem. Devem ser consideradas as propriedades do analito de interesse, tais como a volatilidade, a sensibilidade à luz, a estabilidade térmica e a reatividade química.

A importância de uma boa amostragem já inicia antes mesmo da saída a campo com o plano de amostragem. A definição do programa de coleta de amostras exige a consideração de algumas variáveis, tais como: usos, natureza, área de influência e características da área de estudo, pois a definição da metodologia de coleta, preservação de amostras e dos métodos analíticos depende desses fatores.

Os responsáveis pela programação, bem como os técnicos envolvidos na execução dos trabalhos de coleta, devem estar totalmente familiarizados com os objetivos, metodologias e limitações dos programas de amostragem, pois as observações e dados gerados em campo ajudam a interpretar os resultados analíticos, esclarecendo eventualmente dados não-conformes.

 

A caracterização deve considerar o(s) uso(s) preponderante(s) do corpo d’água, como:

A) Consumo humano;

B) Preservação da vida aquática;

C) Irrigação;

D) Abastecimento industrial; 

E) Recreação;

Entre outros.

O LABB – Análises Ambientais é acreditado junto ao INMETRO no processo de amostragem para as matrizes ÁGUA BRUTA; ÁGUA PARA CONSUMO HUMANO; ÁGUA TRATADA; ÁGUA RESIDUAL; ÁGUA PARA HEMODIÁLISE e ÁGUA PARA DIÁLISE, com base nas metodologias Standard Methods For Examination of The Water And Wastewater 23ºed - Method 1060/9060/ PO 001 – Técnicas de Amostagens e Preservação de Amostras e Farmacopeia 5a Ed. 2010 – Pagina 230.